segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Chikungunya provoca doenças vasculares irreversíveis em pacientes, revela pesquisa

Vera Marques passou a usar muleta quando sente as pernas muito pesadas um ano depois de sentir os primeiros sintomas da chikungunya

As pernas pesadas, o inchaço nos pés e a dificuldade de andar fizeram a dona de casa Vera Lúcia Amaral Marques, de 45 anos, usar sandálias especiais ortopédicas e muleta um ano após ser diagnosticada com o vírus da febre chikungunya no Recife.
Ela integra o grupo de pacientes que participam de uma pesquisa inédita do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que revela lesões vasculares irreversíveis provocadas pela doença.
"Tanto as minhas pernas como os meus pés ficam horríveis de tão inchados. Sinto câimbras antes de dormir e tenho vergonha de usar short ou vestido curto. Pareço mais velha, não vou mais para academia e até os meus sapatos eu tive que deixar de lado porque já não cabem mais", disse a pernambucana à BBC Brasil.
Dos 32 pacientes analisados com os sintomas, 29 voltaram para serem acompanhados pelos especialistas no estudo. Destes, 20 repetiram o exame e foi constatado que 65% mantinham as alterações vasculares crônicas.
"Manifestações vasculares na chikungunya estavam restritas a fases iniciais da doença. Agora, o estudo mostra não só uma nova manifestação como a cronificação dela, já que os sintomas persistiram por mais de três meses", destaca Catarina Almeida, cirurgiã vascular responsável pelo estudo, que defende o tema em sua tese de mestrado.
Os pacientes apresentaram problemas como linfedema agudo (acúmulo de líquido nas pernas devido ao bloqueio do sistema linfático) e edema no dorso do pé.
As alterações linfáticas foram detectadas pelo exame de linfocintigrafia. Ainda é desconhecido o motivo das lesões vasculares crônicas atingirem apenas os membros inferiores.
"Nosso próximo passo, agora, é fazer uma investigação molecular e entender o motivo disso acontecer. Se é resposta imunológica a infecção exacerbada do paciente ou ação direta do vírus", disse Almeida à reportagem.
Os pesquisadores explicam ainda que a morbidade do paciente aumenta com essas lesões e eles ficam mais suscetíveis a terem infecção nos membros inferiores. "Além disso, o linfedema crônico não tem cura - é irreversível."
O levantamento foi feito de março a novembro de 2016. Assim como a dengue e a zika, a chikungunya também é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Convivendo com a dor

Um ano e três meses após sentir os primeiros sintomas da febre, o aposentado pernambucano José Severino Pedrosa, de 76 anos, diz que o uso de analgésicos acaba sendo inevitável.
"Aprendi a conviver com a dor, mas tem vezes que eu não aguento e tenho que tomar analgésico. Antes caminhava todos os dias. Agora, se caminho num dia, tenho que descansar dois ou três porque fico todo dolorido. Também não posso com muito peso como antes", conta.
Funcionária de uma escola municipal de Recife, Jaciane Braz, de 57 anos, passou a usar sapatos de número maior por conta do inchaço. Ela conta que ficou com a pele escura e escamosa nos membros inferiores e não aguentar ficar muito tempo em pé.


"Sofri um AVC e logo depois veio a febre chikungunya. Mas só consegui marcar consulta para confirmar a doença sete meses depois porque não tinha vaga no hospital", lamentou.

Funcionária de uma escola municipal de Recife, Jaciane Braz sofre com problemas vasculares
A grande maioria dos pacientes que participaram da pesquisa são mulheres - segundo médicos, isso acontece porque os homens buscam com menos frequência o sistema de saúde.
Para amenizar o problema, a orientação é o uso de meias de compressão, drenagem linfática e elevação dos membros.

Preocupação

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do governo federal, em 2016 foram registrados 271.824 mil casos de chikungunya no país - um aumento expressivo se comparado a 2015, que teve 36 mil casos.
Segundo o Ministério da Saúde, houve ocorrência de casos em todo o país, mas com maior incidência no Nordeste (235.136 casos) e no Sudeste (24.478).
No Brasil, a transmissão autóctone (contraída na cidade em que se vive) foi confirmada no segundo semestre de 2014, inicialmente nos Estados do Amapá e da Bahia.
O número de mortes passou de 14 em 2015 para 196 em 2016. Os Estados que apresentaram o maior número de vítimas são Pernambuco (54), Paraíba (32), Rio Grande do Norte (25), Ceará (21) e Rio de Janeiro (9).
"Surpreendentemente não temos epidemia como era previsto neste verão, mas o aumento de casos e mortes preocupa e, indiscutivelmente, os números são muito maiores do que esses e a tendência é continuar, infelizmente", disse o infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
"Em campo, temos visto muitas lesões vasculares em doentes - mas muitos deles já tinham uma certa idade e uma certa insuficiência vascular", acrescentou.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que "o governo federal intensificou a atuação contra o mosquito transmissor da febre de Chikungunya, Dengue e Zica com campanhas publicitárias em TV, rádio, internet e outros meios, distribuição de testes rápidos de Zika, campanhas educativas e mutirões de faxina".


Países e territórios onde casos de chikungunya foram reportados (em verde escuro)

Europa

Um levantamento feito pelo Hospital para Doenças Tropicais de Londres mostra, em um mapa, que pouco mais de 100 países já registraram casos reportados em possível transmissão local. Na América Latina, apenas Chile e Uruguai ficaram de fora do índice de ocorrência.
De acordo com Mike Brown, médico especialista em doenças infecciosas e medicina tropical da instituição, tem havido alta incidência global de chikungunya nos últimos dez anos e os vetores ainda têm potencial para propagação em outras regiões.
"Para a maioria dos pacientes é uma doença viral autolimitada (seus sintomas acabam desaparecendo sozinhos), mas para muitos a artralgia pode ser muito prolongada e debilitante. A mortalidade devido a condição é considerada baixa, mas complicações como encefalite, especialmente em indivíduos imunodeprimidos, pode ocorrer (também)", afirmou à BBC Brasil.
O médico diz que organizações como Geosentinel (rede de vigilância global e tropical de medicina) já registraram casos de pacientes com chikungunya importados para a Europa - na França e Itália - e adquiridos localmente no sul do Mediterrâneo.
"Cerca de dois, três anos atrás, alguns hospitais, como o nosso, passaram a ter atendimento clínico dedicado a pacientes com chikungunya com uma equipe formada por reumatologistas e especialistas em medicina tropical para melhor gerenciar e entender casos relacionados de artralgia e artrite", destacou.


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Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Falhei Mesmo! E tá Tubo Bem!



Eu erro e muito! E de maneira épica! Sabe aquela pessoa que pisa e feio na bola? Essa sou eu! Assumo minhas falhas sim e durante muito tempo fui o tipo de pessoa de se deixar ficar remoendo por elas, mendigando desculpas, um perdão impossível, uma culpa barroca que me consumia por dentro, uma necessidade de obter uma última chance pra consertar a situação.

Sentia-me uma pessoa ruim, até mesmo perversa certas vezes, até que despertei, sou falha, não sou impecável, não vou conseguir agradar todos, muito menos os que já estão na minha vida ou ainda entrarão nela, pra sempre o tempo todo. E tá tudo bem!


Isso não me desmerece como pessoa, não diminui meu valor e esses pensamentos de sabotagem não vão mais encontrar um cantinho na minha mente mais não!

Quer partir porque eu errei(na sua opinião), então vá-se embora já!

Quer ficar? Pois fique...não sou mais aquela que te ofereceria garantias e tentaria te convencer que me tornei alguém melhor, não sou mais aquela que confessaria de novo o amor/admiração que sente.

Não sou mais aquela que se permite ser olhada e posta num pedestal, eu não subo mais no pedestal que você criou para mim, eu o chuto para bem longe de mim.


Errar é o que nos faz aprender, crescer, sofrer, amadurecer, transcender nossos limites sempre um pouco além do que achávamos humanamente possível. Errar é o motivo pelo qual nós vivemos, é o que move a ciência e nos faz inovar. É a força motriz de tudo que existe, tantas coisas maravilhosas vieram à luz por causa de erros que, acho realmente injusto hoje a maneira negativa como os erros são tratados.

Pareço uma louca aos seus olhos, eu sei, mas quando você é a pessoa mais errante que você já conheceu, quando a maturidade sopra, você aprende uma coisa ou duas sobre  viver errando sempre e o quanto isso pode mudar sua vida, a maneira como você se vê e muito mais!


Descobrir que a necessidade de me desculpar era um indício de fragilidade na autoestima que suei tanto para reconquistar me doeu, afinal, eu me iludi achando que havia reconstruído toda a autoestima e noção de valor próprio que me foi negado e usurpado ao longo da vida.

Bom demais ser capaz de  analisar de modo imparcial pensamentos e opiniões contrárias às nossas e descobrir que não estávamos tão certas assim.

O que eu achava que era humildade, era sabotagem!
















Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

E Tem Anúncio de Vaga para Trabalho Escravo no Globo




Já começa torto o anúncio, daqui a pouco vão querer babá contorcionista de graça...é cada um viu! Sinceramente!




Ah tá que vai aparecer alguém para a vaga! E o povo na rede está revoltado, dá uma olhada em alguns comentários:






Enquanto isso em Brasília, Temer e Aécio seguem suas vidas na maior normalidade, esse é o nosso país!








Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Luz Dos Olhos


Ponho os meus olhos em você
Se você está
Dona dos meus olhos é você
Avião no ar
Um dia pra esses olhos sem te ver
É como chão no mar
Liga o rádio à pilha, a Tv
Só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora...
Pois meus olhos vidram ao te ver
São dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder
Melhor te enxergar
Luz dos olhos para anoitecer
É só você se afastar
Pinta os lábios para escrever
A sua boca na minha...
Que a nossa música eu fiz agora
Lá fora a lua irradia a glória
E eu te chamo, eu te peço:
Vem!
Diga que você me quer
Porque eu te quero também!
Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando
Te telefonar Cartazes te procurando Aeronaves seguem pousando
Sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora....
E eu vou guiando
Eu te espero, vem...
Diga que você me quer
Porque eu te quero também

E eu te amo!

E eu berro:

Vem!

Grita que você me quer

Porque eu te quero também!

Hei!

Hei













Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Rimas


Ontem - quando, soberba, escarnecias
Dessa minha paixão - louca - suprema
E no teu lábio, essa rósea algema,
A minha vida - gélida - prendias...

Eu meditava em loucas utopias, 
Tentava resolver grave problema...
Como engastar tua alma num poema? 
E eu não chorava quando tu te rias...

Hoje, que vivo desse amor ansioso
E és minha - és minha, extraordinária sorte, 
Hoje eu sou triste sendo tão ditoso!

E tremo e choro - pressentindo - forte, 
Vibrar, dentro em meu peito, fervoroso, 
Esse excesso de vida - que é a morte...

- Euclides da Cunha -







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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sábado, 2 de setembro de 2017

Machucada

Eu vou te desapontar, te machucar, te incomodar me conectar e desconectar como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
Esconderei meus escombros e inundações com um sorriso de Coringa no rosto.
Vamos seguir livres e selvagens por um curto tempo na estrada, até que eu destrua tudo que você admirava e enxergava em mim.
A dor é a única coisa real que nós temos, tão forte, presente, quase tangível na ponta de meus doloridos dedos.
Embora eu não consiga sentir mais nada, a dor é a única realidade que me restou, como um eterno pesadelo que nunca me permite acordar.
Eu vou te decepcionar, magoar, irritar e um dia você irá embora por outra porta e eu continuarei no meu trono de esqueletos esquecidos no meu império de névoas. 
Foi nisto que me transformei, na dor que sinto tão profundamente no meu físico, mente, psicológico e coração. 
As dores incapacitantes me cuspiram numa ilha deserta onde vivo, digo, sobrevivo cada dia desejando que seja o último enfim, mas não adianta, o amanhã sempre chega pra meu desapontamento.
Todo mundo tem um limite e eu já atingi todos os meus limites, eu tô tão quebrada, destruída que não reconheço mais quem eram meus conhecidos ou doces amigos, eles poderiam ter tido tudo de mim, mas todos desvanecem no tempo.
A tentação de entrar no modo invisível, todo dia me ganha mais um pouco, a vontade de ir embora já é mais forte que tudo, vontade de largar tudo pra lá e seguir sem rumo até o fim dos caminhos que eu conseguir trilhar ou mergulhar na sepultura aberta que já me aguarda.
Nada mais faz sentido, nenhum pensamento, nada.
Eu só queria dormir e ficar por lá mesmo, sem voltar...preciso me deitar, o chão está sumindo e o mundo parece valsar comigo, desabo na cama, mas continuo em queda livre, tudo rodopia...







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Fúrias

Sou o ser mais livre, tô o pó de ruínas  por causa da Chikungunya, isso porque li que quando nos perdemos e somis feitos em ruínas, aí encontramos a libertação de nós mesmos, genuina liberdade.
Perdida em meio às dores, totalmente no meio do lugar nenhum onde vim parar, no meio de mares revoltos, águas turvas e profundas, à deriva, sem fôlego por muitas vezes me perdi afundar com as ondas que me arremessam cada vez mais pro fundo.
E  a cada vez o fundo me atrai mais que a visão distante e refratada do firmamento.
Fúrias e meu coração remendado, cansado.
Alma plúmbea que sentencia meu naufragar.







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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quarta-feira, 5 de julho de 2017

Aquela Tarde Perfeita

No momento uma tarde perfeita pra mim é aquela em que não desejo estar morta na quarta-feira. 
Uma tarde onde escuto Tuesday's Gone e não sinto mais vontade de chorar, nem por você e nem por motivos físicos causados pelas seqüelas da Chikungunya.



Uma tarde simples e banal pra grande maioria das pessoas, mas que pra mim significa MUITO, vale mil sorrisos. Uma tarde de trabalho em que consigo de fato trabalhar, um pouco dolorida, ainda com dificuldade para executar alguns movimentos, mas, conseguindo trabalhar e sem pensar em morrer a cada olhada no relógio, coisa que quase não fiz hoje: olhar o relógio.

Ah se eu soubesse o quão pequena eu e tudo que sinto e penso  somos diante da vida, eu teria vivido os anos pós câncer de modo bem diferente. Eu achava que tinha aprendido o que era ser pequeno, que eu era pequena, mas me enganei. E hoje eu sei que sou menor ainda do que consigo em ver hoje, ainda há ego e vaidade aqui dentro, muitos erros e trevas escondidas.

O sofrimento destrói ou transforma, você escolhe como lidar com ele, mas a dor é inevitável, não se engane tentando fugir dela. Quanto mais você tentar fugir, mais próximo dela estará.

Ainda está doendo nos locais onde fui espetada e eletrocutada na eletroneuromiografia, mas, tá suportável. 

Saudades de vocês, se é que ainda sobrou alguém por aqui <3






Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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domingo, 25 de junho de 2017

Mais de um ano com Chikungunya

E já se passou mais de um ano e todo dia eu tenho dor. Umas semanas com lesões novas em decorrência da debilidade do organismo, outras lidando com dores novas que surgem por causa de novas lesões.
Continuo com formigamento na mão direita, sem força e sem tato e sem coordenação.
Continuo sem conseguir segurar um prato, sem conseguir usar garfo e faca e fazer uma refeição à mesa, continuo com os músculos faciais inflamados e fracos, ñ consigo mastigar alguns alimentos sólidos ainda, as dores e limitações são muito diversas, mas assim como as dores continuam, minha esperança de vencer uma barreira por vez continua viva, meu bom humor e positividade estão bem alimentados e isso me ajuda a respirar fundo e dar um passo por vez.
Embora eu esteja lidando com as piores tendinites que já tive e por isso estou offline, só queria pedir à vc que reclama da vida para ser grato pelo que tem, vc é feliz e não enxerga isso.
Se vc pode por si msm responder 1 msg q seja pra alguém q tirou um pequeno momento do dia pra lembrar e enviar carinho pra vc, ñ despreze,  reconheça, retribua.
Eu, nessa nova recaída e novas dores e lesões mais uma vez consigo ter mais clareza sobre o quão pequena eu e minhas dores somos diante da magnitude da vida.
A vida é muito maior do que coisas mesquinhas, egoísmo, vaidade, likes, interpretações de msgs de txt frias numa tela, descomplique e se liberte de tudo que te aprisiona, saiba reconhecer e apreciar as pequenas coisas boas, aprenda a gerar e compartilhar alegria, empatia, humildade e compaixão.
Um bom julho e final de Junho para todos e #gratidão aos q me ajudam e mts vezes nem sabem disso.
#ClaudiaGorDivah  #GorDivah com mãos emprestadas, mas tá valendo
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#tendinite
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Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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