quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Depoimento: 'Não sou mais a mesma pessoa'


Conceição Carneiro: 'Já não conseguia escrever, não conseguia sentar, nem andar, nem ir ao banheiro. Parecia que meu corpo estava paralizado pela dor'

Peguei chikungunya em setembro de 2014, quando a epidemia começou em Feira de Santana. Tive febre, dores no corpo e fiquei uma semana afastada com o mal estar. Na época, não fiz o exame sorológico. Me recuperei, mas continuei tendo inchaço no corpo, principalmente as pernas, com frequência. Fiz diversos exames com especialistas, porque não imaginei que fosse da chikungunya.
Em setembro de 2015, eu passei a sentir dores muito fortes. Já não conseguia escrever, não conseguia sentar, nem andar, nem ir ao banheiro. Parecia que meu corpo estava paralisado pela dor. Fiquei internada por dois dias e a sorologia identificou o vírus.
Desde então, eu não tenho mais vida social. Às vezes sento e não consigo me levantar. Tem dias em que não consigo ir ao trabalho. Não calço mais salto alto, não abaixo mais para pegar nada no chão. Acordo à noite sentindo dores, dormência nas mãos, cãimbra nas pernas, não durmo bem.
Eu perdi todas as roupas porque ganhei cerca de 18 quilos. Não consigo fazer atividades físicas. Já tentei pilates, hidroginástica, caminhada, mas não aguento, porque os nervos estão inflamados. A medicação que tomo é forte e eu não vejo muito resultado. A médica me disse que tenho que tomar por tempo indeterminado, porque não sabemos quando ficarei bem.
Não consigo mais ir a festas porque não aguento ficar em pé nem sentada por muito tempo. Só a gente não poder se arrumar como quer já mexe com a autoestima. Não uso mais anéis, porque os dedos começam a inchar.
Antes eu morava sozinha e era independente, mas hoje moro com minha sobrinha porque não consigo fazer muita coisa. Não consigo pegar uma garrafa térmica para colocar o café na xícara. Minhas mãos não a sustentam.
Pedi auxílio-doença no INSS em outubro, com os relatórios das médicas. Mas foi no período em que os peritos estavam em greve. Então eu fiquei sem receber meu salário nem o auxílio durante 3 meses. Passei dificuldade financeira, foi minha família que me deu suporte. Em janeiro eu tive que voltar ao trabalho, mesmo sem condições.
A sensação que a gente tem é de ser um robô, uma múmia, o corcunda de Notre Dame. Por pouco não fiquei deprimida. Tomei antidepressivos por quatro meses porque as médicas perceberam alterações no meu humor.
Tem dias em que você acorda mais animada, mas aí vem aquela sensação de desgaste físico como se você tivesse corrido uma maratona. Não sou mais a mesma pessoa. Ando pelas ruas me segurando nas paredes.
Conceição Carneiro, de 40 anos, é assistente social e mora em Feira de Santana, na Bahia











Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A História Não Contada da Amanda, por sua irmã

Abaixo as palavras da irmã da Amanda, Cláudia Mendes, contando a história que deveria ter sido contada e não foi.
É por relatos como este que precisamos que TODAS nós comecem a acordar e se unir na luta contra a gordofobia, porque gordofobia vai além do bullying, gordofobia também é ter seu espaço físico negado na sociedade, gordofobia também é você precisar de uma cadeira de estudante maior para estudar na escola ou faculdade e não encontrar. Gordofobia é você ser impedido de realizar um concurso pois não sabe se vai haver uma carteira de estudante que caiba em você! Quantas histórias assim você ainda vai ter que ler pra acordar e perceber que a luta contra a gordofobia precisa de você? A gordofobia mata! O descaso da sociedade também!

Relato da irmã da Amanda:
"Poucos sabem a história da Amanda, e hoje eu vou contá-la. Amanda sempre foi uma criança gordinha, gordinha e muito alegre. Boa de coração e cheia de alegria. Amanda começou a sofrer preconceito à partir dos 7 anos. As crianças da sala dela não aceitavam a minha irmã porque ela era gordinha.
Amanda não podia sentar na mesma mesa das meninas na hora do lanche, não podia ser do mesmo grupo nas brincadeiras na hora do parquinho e da educação física, e muito menos conviver junto na sala de aula. Amanda foi uma criança excluída pelas meninas. E os meninos? Ah os meninos batiam nela, por diversas vezes Amanda chegou em casa machucada, espancada, com as perninhas roxas. Em uma das vezes que ela nos contou de mais um dia terrível de aula, ela nos disse que desceu pro lanche e quando subiu suas coisas estavam rasgadas e no chão da sala. Rasgaram tudo, seu caderninho, seu estojo, sua mochilinha. Estava tudo rasgado no chão.
Os apelidos? Eram vários, de todos os tipos. Até alguns professores já apelidaram a minha irmã. Muitas vezes eu escutei dos meus parentes na frente dela: “Olha, Mayara, você está engordando, vai ficar igual a sua irmã.” Como isso a machucava. Já passou por várias escolas e nunca foi aceita como uma pessoa normal. No ano passado, ela não foi fazer a prova do Enem por vergonha de não caber na cadeira e todos rirem dela.
Na escola, ela tinha que escolher algumas cadeiras que ela conseguia sentar, com bastante dificuldade e muita vergonha de todos. As pessoas sempre a discriminaram. As pessoas olhavam a minha irmã de uma forma diferente. Ela sentia vergonha de tudo, ela não ia ao shopping à noite por vergonha das pessoas. Ela não segurava sua bandejinha de lanche. Ela não ia ao mar, e fazia muito tempo que ela não sabia nem como era pisar na areia.
Amanda nunca soube o que era entrar em uma loja e escolher a roupa que ela queria. Nessa virada de ano, ela passou com uma blusinha branca e um short. Ela queria um vestido, mas não tinha o tamanho dela. Ela me perguntou se estava bonita e eu respondi que ela estava linda, logo em seguida eu escutei mais uma das frases doídas que sempre saíam dela “Irmã, eu não gostei dessa roupa, estou me sentindo muito feia. Mas era a única que cabia em mim.”
Nós tentamos de tudo com a Amanda, médicos, dietas, remédios, atividades físicas. Nada foi capaz de conter o peso dela. O peso dela nunca estabilizou, ela engordava cada vez mais. Optamos pela cirurgia, depois de pensar muito, e chegamos a conclusão de que essa era a única saída. Ela estava tão feliz, tão feliz… “Eu vou ficar bonita, as pessoas vão gostar de mim”
“Esse sofrimento vai acabar, irmã.” “Eu vou vestir 38.” Ela me falava tantas coisas…
Ela operou com o DR. GUSTAVO CUNHA. Ela ia fazer com o Dr. Carlos Gicovate, mas em uma das reuniões para pacientes bariátricos na clínica PLENUS ela se encantou com o Dr. GUSTAVO CUNHA, e resolveu fazer com ele. Disse que ele era muito simpático e que ela queria fazer com ele.
No dia 17 de janeiro a minha irmã fez a cirurgia. Assim que ela voltou para o quarto reclamou de uma dor na perna. A minha mãe notificou aos enfermeiros dessa dor, e o Dr. Gustavo pediu que aplicasse uma dose do anticoagulante e no dia seguinte aplicasse mais uma dose. A minha mãe conversou com ele e disse que ela tinha genética para trombose e perguntou se não seria necessário mais doses do anticoagulante e ele disse que não seria necessário.
No dia 27 de janeiro a minha irmã sentiu uma dor muito forte na barriga e levamos ela às pressas para o beda, chegando lá ele fez uma tomografia e disse que estava tudo bem. A minha irmã estava com falta de ar, estava morrendo de dor, e ele pediu pra diminuir a dosagem do remédio para dor. Ele conversou com a minha mãe e disse que achava que a dor era psicológica. Ele internou ela e disse que se a dor persistisse ele iria fazer uma nova cirurgia no dia seguinte para investigar o que estava acontecendo.
A minha irmã estava com dor e segurava as mãos da minha mãe dizendo que a dor não era psicológica, e os enfermeiros diziam que só podiam seguir o que o Dr. Gustavo disse para fazer. Às 3h do dia 28, a minha mãe acordou e a minha irmã não conseguia respirar, estava sufocada, não consegui falar. Só olhava para minha mãe desesperada. A minha mãe saiu gritando socorro pelo hospital. Levaram a minha irmã para a UTI. A minha irmã teve embolia pulmonar, dentro do hospital, no socorro, e ninguém descobriu. O médico sabendo do histórico da minha irmã nem desconfiou da trombose.
A minha irmã não resistiu. Ela entrou no hospital com a carteirinha e a identidade e saiu com um atestado de óbito. A minha irmã não ficou nem 24 horas no hospital. A minha irmã morreu com sede, com dor, arrependida da cirurgia. A minha irmã não vai mais sorrir, não vai dirigir, não vai se formar, não vai trabalhar, não vai namorar, não vai ser mãe, nem tia.
O carro dela continua na garagem. Os seus perfumes continuam no armário. Sua cama ainda está aqui. Sua bolsa está pendurada no lugar de sempre. Seus sapatinhos estão onde você deixou. Sua gatinha está te procurando. Mas você irmã, você nunca mais vai voltar.
Eu te amo, para sempre.”







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

E a Saúde Mental da Gorda Aqui Foda-se? É Isso Mesmo?

Toda vez que um gordofóbico ataca uma gorda em "nome da saúde dela" é essa mensagem que é passada: na verdade eu não me importo com a sua saúde, a sua presença me incomoda.
Quem persegue, intimida, coage, desrespeita, humilha, xinga, ofende você "em nome da sua saúde física" além de ser ignorante e preconceituoso NÃO ESTÁ PREOCUPADO COM A SUA SAÚDE.
Gordos também tem saúde mental e já que você se diz tão preocupade com gordos, PARE de prejudicar a saúde mental deles em nome de uma falsa preocupação com a "saúde física" dos mesmos.
NÃO PREJUDIQUE A SAÚDE MENTAL ALHEIA POR ESTÉTICA!
E se o corpo do outro te incomoda tanto assim, a ponto de atacar, agredir, tratar de forma preconceituosa, quem tá com a saúde(pelo menos mental) ruim, é você!
Vai se tratar, cuidar dessa mente que está precisando de cuidados profissionais pra ontem!


É sério!







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

JULIANA #GorDivahDoMês #GorDivahEmpoderadora

Sabe quando você encontra uma amiga online, cria uma amizade direto do vazio cibernético pra dentro da tua alma e que mesmo de longe te faz um bem daqueles?! Pois é assim eu conheci a Juliana que de seguidora virou uma querida amiga.
Compartilho com vocês o texto empoderador da moça:
O caminho difícil do empoderamento do corpo gordo.
É preciso que se diga a verdade: trilhar o caminho do empoderamento do corpo gordo não é fácil e nunca será.
E a razão é muito simples: a força da gordofobia na nossa sociedade.
Quanto pessoas gordas, crescemos sempre vendo nosso corpo ou características de um corpo gordo ser posto como ruins e indesejáveis. Quantas vezes ouvimos ao longo da vida que parecer ter um corpo maior não é uma coisa boa. Nas dicas de maquiagem é o truque para afinar o rosto; nas roupas é diminuir a silhueta/ disfarçar a barriga ou as áreas maiores. Não importa o que seja: peito, bunda, quadril, braço… Ter uma silhueta maior não é desejável, pois ser uma pessoa mais bonita é ser alguém de aparência magra.
Quando o corpo gordo aparece, ele vem carregado de estereotipos: ou somos pessoas tristes e frustradas que comem demais ou eternos palhaços da galera que também comem desenfreadamente. Podemos aparecer em obras literárias ou demais representações  em comparações com porcos e contextos de nojo, à soberba , mesquinhagem e preguiça, à maldade, com ostentação e riqueza ou forma de exteriorizar a falha de caráter e imperfeição através do formato do corpo gordo.
Somos Humanos somos perfeitos perfeitas lindos lindas independente de raça cor peso... #Gordasim #Gordofobiaoff #empoderamentogordo #Gordivas
Juliana do Channel Dhuly Juliana










Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Gorda LIVRE!

Sou gorda, sou livre, sou mulher que faz o que quer e não o que esperam que eu faça.
Não construo minha autoestima com base no gosto dos 'parça'.
Não busco sua validação, seu ódio disfarçado de opinião não passa de opressão.
Seu discurso de puritanismo é mais um vômito do machismo.
Cultura do estupro sobrevive de raízes  que condenam como obsceno a visão do corpo da mulher livre, dona de si, despida de preconceitos, vestida de felicidade e amor próprio, coroada com autoestima e empoderamento.
Obsceno é o feminicídio, obsceno é o machismo, obscena é a gordofobia, obsceno é o falso puritanismo, obsceno é atacar com violência  uma mulher que poderia ser sua filha, sua irmã, sua sobrinha, sua neta, sua amiga, sua namorada, sua chefe, sua médica, sua advogada, sua síndica, a juíza que bate o martelo de uma causa sua, sua companheira, sua avó, sua tia, sua CEO....
OBSCENO é compactuar com a violência contra a mulher!
Falta de respeito é você achar que discurso de ódio é opinião!
Se dar ao respeito é compreender que somos seres humanos livres, que devemos respeitar a existência de cada um como ela é, livre, respeitar a vida que você tem, o fôlego de vida que te move sem bancar o juiz de ninguém, sendo verdadeiro e leal à sua essencia, fazer valer sua existência.
Claudia GorDivah










Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Por quê Você Está Aqui?

Papo reto, o que vcs fazem aqui?
Quem tá interessado em trocar ideias sobre como empoderar gordas e de maneira efetiva fazer algo para evoluirmos na luta contra a gordofobia, empoderar gordas em vez de bater boca com trolls gordofóbicos, aprender mais sobre os direitos dos gordos, lutar pelos direitos dis gordos, cobrar os direitos já adquiridos pelos gordos, empoderar gordes e militar contra gordofobia?
Tô chamando há anos as gordas pra fazer algo e virei uma D Quixote, a louca contra os moinhos de vento só porque eu sonho em fazer com que mulheres gordas como eu tenham um estalo e resolvam: acordar do mundo mágico plus de fantasia e pisar no mundo gordo da realidade e acordar pra realidade que é a gordofobia diária!
Tô convocando há anos para pelo menos lerem ou assistirem material que instrui sobre como contra atacar a gordofobia, como processar, como cobrar acessibilidade,  como exigir nossos direitos de consumidora gorda.
Precisamos de militância e ativismo gordo! Vai continuar enquanto existirem gordas alienadas que não estão nem aí pra gordofobia diária que gordas anônimas enfrentam todo dia.
Mas é só aparecer alguém famoso sendo gordofóbico que o mundo plus dá um pio pra gerar trâfego na internet e atenção para si, mas comprometimento com #empoderamentogordo e #militânciagorda CADÊ?
Vai continuar reinando a gordofobia enquanto nós gordes permanecermos de braços cruzados....










Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Gordo Não É Doente Só Porque É Gordo! #AceitaLogoQueDóiMenos

Nunca foi sobre o bem estar do gordo, nunca foi por se impotarem com gordes, sempre foi um incômodo estético para mídia e sociedade. GORDO NÃO É DOENTE pelo simples fato de ser gordo!

Há milhares de motivos que podem fazer alguém engordar, não julgue todos os gordos do mundo por causa de uma meia dúzia que você possa ter conhecido ou pelo tipo de indivíduo gordo que você é ou foi, e antes que digam doença, CID não significa bosta nenhuma, homossexualismo já teve CID....que coisa hein!

A imagem abaixo é um comentário que fiz em um determinado lugar em resposta a essa falácia de que todo gordo é doente.











Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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Que Comece O EMPODERAMENTO

Que tal incluir nas suas resoluções de ano novo o abandono da  "neura por dietas" e adotar como meta de vida o empoderamento  de si própria e também de outras mulheres?
Vamos parar e refletir quantas vezes velada, em forma de humor ou piada de gosto duvidoso, nós perpetuamos discursos que oprimem outras mulheres? Vamos filtrar mais o que vemos e ouvimos antes de repetirmos a opressão  que recebemos e às vezes nem temos consciência disso?
Abandone o "que comecem as dietas" e adote
"Que comecem as desconstruções e que comece o empoderamento!"
Tags pra usar:
#quecomeceoempoderamento
#empoderamentogordo  #ativismogordo  #gordativismo #militânciagorda  #quecomeceadesconstrução
#chegadeneuras #chegadenoias #empoderese #empodereoutrasmulheres  #imagemcorporalpositiva #bodypositive  #fatpositive  #fatinspiration  #fatacceptancemovement  #ameseucorpo #autoestima  #amorpróprio #effyourbodystandards  #effyourbeautystandards  #everyBODYisflawless










Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Aceitei Um Encontro Sem Perceber - Vida de Ace

Uma história da série: Vida de Assexual(ace)
Imagine a situação, você blogueira e dona de página eventualmente pode acabar criando laços cordiais de coleguismo ou trabalho ou amizade com as pessoas que conversam, fazem parceria ou são participantes ativos no seu mundo virtual, sempre presentes em suas redes e trabalho virtual.
E não é raro acontecer de você conhecer, esbarrar ou comparecer a um evento onde estas pessoas também estejam, seja como público ou "expositor" ou membro de equipe que trabalha no evento.
Pois bem, lembrei de uma história que me fez rir muito tempo depois e decidi compartilhar aqui. Quem me acompanha há um tempinho ou já fuçou o conteúdo do meu canal e páginas sabe que amo star wars, Doctor Who, Star Trek, Rock, Poesia,Livros e afins,  dentre muitas outras coisas. E um dia eu fui num evento desses, relacionado a um desses temas e encontrei uma pessoa que eu só conhecia online e fui cumprimentar e elogiar o trabalho.
Quem acompanha também já deve ter visto que posto sempre algo relacionado a assexualidade, guarde esta informação.  O evento era maravilhoso, muita coisa para ver e ler e consumir e quando lá pelas tantas esbarrei de novo com a pessoa que me diz: você vai ficar até o final? Vai fazer algo depois? Eu ainda pensando....e a pessoa solta, uma mina me falou que tem um restaurante/café/livraria por aqui que tem uma estátua do Yoda em tamanho real...eu já WHAAAAT?! Mano me diz onde é que vou lá agora! Aí o cara disse poxa eu também quero ir, vamos juntos quando acabar. Eu falei ok.
Pegamos um táxi e o cara não tinha o endereço, não sabia o nome direito, fomos pro meu hotel, no hall tinha um computador, procurei ali, achei o endereço pegamos outro táxi e fomos...
Só que na época eu estava apaixonada por uma pessoa que conheci online e era correspondida e eu ia encontrar com essa pessoa assim que possível que morava num estado beeeem longe do meu. O que eu não sabia na época é que eu sou assexual....
Pois bem o cara sabia desse meu lance platônico online e que eu gostava do outro cara, e depois de ver a livraria, o material nerd de lá, ver o Yoda e tirar foto, sentamos para comer e beber algo. Aí quando o cara me pergunta de vida amorosa falei que estava na mesma, apaixonada por um cara online kkkkkkkkkkk mas mesmo assim ele chegou em mim e eu fiquei WTF?! E sem entender bem falei:
Hey! Nera pra ver o Yoda que a gente veio aqui? Nera? E o cara riu, enfim....era um encontro e eu não sabia mesmo. Virei e falei algo que acho que até hoje ele não entende. Expliquei que quando eu gosto/amo/me apaixono, independente de estar ou não com a pessoa em um relacionamento, por estar apaixonada por aquela pessoa, nenhuma outra me interessa ou me atrai....Eu era assexual heterorromântica gray A, sex positive(assexual, encurtando ace que faz sexo sim, em determinadas circunstâncias, algo bem individual que varia de ace para ace).
O cara não entendeu, mas eu sou assim, se tô gostando de uma pessoa, não vai rolar nada com outras. É minha natureza e por ser assim eu não vi maldade, não percebi que o objetivo não era o Mestre Yoda...me senti tão estúpida depois por não ter entendido ou visto maldade que logo fomos embora. E desde então essa coisa de ir a eventos é algo que não me atrai muito. Prefiro shows ou palestras ou ações comunitárias.
Então não é porque alguém aceitou um convite seu que você vai ficar com a pessoa. Eu sou ace e nerd se não me falarem claramente eu não vou maldar, não vou achar que está interessado em mim, mas infelizmente isso não me impede de me interessar pelas pessoas e ficar ali sentindo um monte de coisa sem a pessoa fazer ideia da minha vontade de sair e conhecer melhor, saber mais sobre elas....
Vida de ace nerd é difícil viu ♥♠










Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah