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sexta-feira, 25 de março de 2022

Emagrecer: A Fórmula Mágica da Felicidade?

A maioria das pessoas procura nos vender a fórmula mágica da felicidade dizendo que emagrecer resolveria magicamente todos os problemas de qualquer pessoa só que minha cara pessoa que está lendo sinto lhe informar, isto é MENTIRA!!!

Ser magro não é garantia de felicidade, não é garantia de saúde, não é garantia de nada minha gente!! E me irrita profundamente quando vejo ex-gordos com o discurso gordofóbico em páginas voltadas para o povo gordo! Mano, se tu emagreceu e não é mais gordo e tá bem da cabeça o que que você tá fazendo enchendo o saco de nós gordos? Sai do nosso meio, vai lá pro meio dos magros pedir biscoito e confete contar sua historinha de "superação", que na boa perda de peso pra mim não é história de superação porcaria nenhuma. Superação é tu vencer um câncer como eu venci migue...Ah sai daaqui!!

Não aguento esse papinho idiota, ain eu era gorda e era doente, ain eu era gorda e me odiava, mano vaza!!! Se você estivesse tão bem assim não sentiria a necessidade de atacar gordo com seu dicurso pseudo salvador de vidas, ah vá pra casa do caray! Pessoas gordas devem ter todo o direito de serem como são, e terem seus direitos de ir, vir, poder se locomover em transporte público com assentos adequados, poder ser socorrido em ambulâncias e ambientes públicos de forma adequada em casos de emergência. A invisibilização social que sofremos no dia a dia dói e exclui o que se torna pior ainda pois ne nega algo tão básico quanto os direitos básicos de um cidadão! Não me venha com o discurso de AI EU ME PREOCUPO COM PESSOAS GORDAS, porque é conto da carochinha isso, Você se incomoda com nossa existência essa é a verdade, por isso ataca quem você chama de doente.

Já parou para refletir no quão absurdo isso é? Imagina você chega para alguém e fala ain nossa você é doente né, você tem escamosis aguda, puxa eu me preocupo tanto com você. Já tentou usar Monange nessa pele escamenta horrorosa aí ow lagartinho 7 peles? 

Aí em seguida você começa o discurso:

- Ah mas quem tem escamosis aguda é nojento né, tem porque não se cuida, não usa o hidratante certo. Parece uma lagarto seco porque só come errado....

Ou então, imagine a seguinte cena. Você chegaria para um careca na rua e falaria para ele:

- Nossa você é careca né...já pensou em fazer um implante?

- E que tal peruca já pensou?

Nuuunca que você faria né? Por que? Porque é tosco, agressivo, deselegante, rude, mas por que você acha tão normal e aceitável fazer isso com pessoas gordas? Quem ou o que te dá o direito de nos atacar publicamente??

A bosta do teu preconceito e gordofobia te fazem delirar achando que pode nos atacar, só que guess what? Pode não mermão!

E é exatamente esse tipinho de gente looouca que descrevi aí em cima que tenta nos vender a insana ideia que emagrecer nos fará magicamente felizes, que emagrecer deve ser a nossa única razão de viver. Que se não for para emagrecer não merecemos mais existir. Só que esse caminho não é o que te fará feliz ou realizade. A felicidade nasce numa fonte chamada eu interior e para chegar nessa fonte você precisa trilhar o árdua caminho do autoconhecimento.

Quando você conhece a si mesma, reconhece o seu valor e para de depender da validação alheia. A autoestima floresce e dá frutos pois autoestima não é simplesmente se achar bonita, mas saber reconhecer seu real valor. Saber reconhecer o seu lugar e o que merece, não se acomodar com migalhas mas enxergar que essa coroa de rainha que você ostenta merece sempre um grande banquete. Você sabe quais são seus pontos fortes quando se conhece e passa também a reconhecer suas fraquezas e entender que tá tudo bem em ter pontos a serem desenvolvidos, ninguém nasce pronto afinal. Sempre haverá algo que você vai querer melhorar, mudar ou que te incomode em você mas quando você tem uma autoestima saudável isso não te joga na lona. Você ganha a compreensão que cada estria, cada celulite, cada cicatriz, cada ruga, cada pinta, cada mancha é uma parte da história que seu corpo conta sobre tudo que trilhou até aqui e tá tudo bem.


Você para de querer ser Rosa quando se descobre Girassol, você entende que ambas são flores mesmo com características tão distintas ambas são belas e possuem seu valor. Crescemos sendo cobradas a sermos mulheres como capas de revistas, anúncios na TV, internet, apps, em todo lugar nos dizem: você não é boa o bastante, bonita o bastante, menor o bastante, etc...

Mas quer saber de uma coisa, eu vou te contar um grande segredo:
VOCÊ É BOA O BASTANTE SIM
VOCÊ É MARAVILHOSA COMO É SIM
VOCÊ É DIGNA DE SER AMADA COMO É SIM
VOCÊ MERECE SER FELIZ SIM
VOCÊ TEM VALOR DO JEITO QUE É SIM!!!



Autoestima não é sobre precisar de aplausos não, é sobre subir todo dia no palco da vida sabendo que o espetáculo é você e tá tudo vem se ninguém aplaudir porque quem tem que saber que você é uma estrela e nasceu para brilhar é você mesma. De nada adianta um milhão de pessoas te verem como uma musa se você não acreditar em si mesma, esse é o segredo!!!



E antes que mimizentos de plantão venham:
Magreza não é sinônimo de saúde, gordura corporal pura e simplesmente não é sinônimo de um corpo doente!!!!
Magros morrem todo dia.
Magros enfartam.
Magros tem AVC.
Magros tem hipertensão.
Magros tem colesterol alto.
Magros tem diabetes.
Magros ficam doentes.
E pasmem, magros morrem!!!








sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Repórter do EXTRA é vítima de gordofobia e interrompe entrevista ao vivo para desabafo



Dia sim, dia também, a reportagem do EXTRA noticia e faz barulho sobre casos de preconceito que ainda são frequentes em nossa sociedade. Nesta terça-feira, porém, não precisamos ir longe para colher o depoimento de mais uma vítima: durante transmissão ao vivo no Facebook do jornal, uma repórter foi ofendida diversas vezes por um leitor enquanto mediava uma entrevista. Samanta Vicentini foi chamada de “gorda”, “gorducha” e “leitoa” por um homem, que não teve constrangimento em se autointitular “gordofóbico”.




O termo (gordofobia) ainda não consta nos dicionários, mas deixa marcas diárias na rotina das pessoas consideradas fora do padrão ideal de beleza da sociedade. Para o EXTRA, ideal foi a resposta de Samanta ao usuário Rafael Monciozo Montiverdi, ainda durante a transmissão. A repórter pediu licença para a entrevistada e respondeu: “Gordo não é ofensa. Isso aqui é só embalagem. Falta de caráter é pior do que gordura”, disse.

Samanta continuou a entrevista, e recebeu mensagens de apoio e carinho da maioria dos espectadores que participavam do ao vivo. Em seguida, a repórter publicou em sua rede social um depoimento sobre o episódio, que reproduzimos a seguir.

O EXTRA printou as mensagens ofensivas e, em seguida, bloqueou o usuário do Facebook - tomando por base os Termos de uso e padrões da página do Jornal Extra, que não permite “Conteúdos impróprios, ofensivos, abusivos, caluniosos, difamatórios, fraudulentos, enganosos, ameaçadores e violentos” e “Comentários discriminatórios de qualquer natureza, em especial quanto a sexo, cor, raça, religião, idade ou situação econômica”. O EXTRA tomará as medidas judiciais necessárias.



Confira a publicação de Samanta:

“Hoje aconteceu um negócio meio chato, então eu queria contar uma historinha. Um cara me chamou de “gorda”, “gorducha”, “leitoa” e ainda completou com “odeio gorda” e “sou gordofóbico”, enquanto eu entrevistava uma convidada em uma das transmissões ao vivo que faço no Jornal Extra.  Foi a primeira vez que isso aconteceu e confesso que fiquei sem reação na hora.  Mas, vem cá. Eu sei que sou gorda, sabe? Tenho espelho em casa. Eu sei o tamanho de roupa que uso. Sou uma mulher de 1,80 e sei que não sou pequena e estou longe de ser “Gisele.””

“Por um segundo eu me importei, confesso. Fiquei triste, sim, apesar de saber que sou gorda, mas isso é uma característica do meu corpo, não define quem eu sou. Massss, eu tenho um sério problema de autoestima e isso mexeu comigo. Porque é assim: eu sou gorda, mas isso só tem que incomodar EXCLUSIVAMENTE a mim, sabe por quê? é o MEU corpo. EU que tenho que falar dele quando e como EU quiser.  Aí, naquele segundo em que fiquei triste, me senti ridícula. Me senti inapropriada e toda aquela insegurança que me perseguia – e que sempre lutei contra – afloraram. No segundo seguinte me dei conta de onde estava e o que estava fazendo. Porra, meu trabalho é legal pra caralho! Todos os dias recebo um montão de mensagens de leitores do Extra que falam que as entrevistas são legais, que são esclarecedoras, que as pautas são bacanas. Imediatamente vários leitores que estavam acompanhando entraram em minha defesa com muito carinho. e, por isso, eu agradeço de coração.”

“Eu tinha duas opções: ficar quieta e ignorar ou dar uma leve pausa na transmissão e responder ao vivo. Se tem uma coisa que o feminismo me ensinou é: não ficar calada. sabe por quê? Porque eu não estou sozinha. Eu pedi licença para a minha convidada e falei o que eu acho, que foi mais ou menos o que escrevi acima, mas de forma resumida. E o jogo seguiu e a entrevista foi superlegal!”

“Pode me chamar de gorda à vontade. Isso é só o meu corpo e eu sei que, por enquanto, ele é gordo mesmo, mas eu posso emagrecer. Agora, pra falta de caráter, ainda não inventaram remédio.”



Confira o vídeo



É por isso que precisamos do empoderamento sim!
Não aceite mais gordofobia, empodere-se e lute contra este preconceito!

Link do post dela









Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Criticar a indústria Plus Size é preciso



A indústria da moda é construída sobre o pilar da padronização feminina. Para fazer sucesso nesse ramo, muitos critérios de aparência física precisam ser atendidos; e ser magra, certamente, é um dos requisitos mais importantes. Apesar disso, alguns segmentos da indústria da moda têm concedido espaço para a chamada “moda Plus Size”: uma alternativa supostamente voltada para as mulheres gordas. Mas a maior parte das marcas, sobretudo por meio da publicidade voltada a esse ramo, continuam reproduzindo exclusão e criando uma hierarquização de corpos. Afinal, qual será o tamanho necessário para ser considerada plus size? E por que os catálogos de roupas mostram mulheres tão parecidas umas com as outras?

Para entender esse fenômeno é preciso refletir sobre o que é considerado belo em nossa cultura: o padrão branco e magro de beleza é mantido como o ideal e mulheres realmente gordas ainda são carimbadas como feias, inadequadas e desagradáveis aos olhos. A ideia de que existe um tipo certo de gorda, mais frequentemente a mulher chamada de “gordinha”, “cheinha” ou “gordelícia”, também colabora com a estigmatização das mulheres maiores.

Por isso, ao passar as páginas de um editoral de moda Plus Size, é possível ver várias fotos das ditas mulheres “cheinhas” ou até mesmo magras – geralmente também com cabelos lisos e pele clara. Estrias e celulites, tão comuns nos corpos das mulheres na realidade, são completamente inexistentes nessas imagens. Editar a fotografia e modificar o corpo dessas modelos são práticas comuns; ou seja, apesar da indústria alegar que gera inclusão, acaba por reforçar padrões discriminatórios e irreais, além de naturalizar mentalidades racistas e higienistas.

Não há nada de errado em ter um corpo gordo com celulites e estrias e nenhuma mulher deveria precisar se enquadrar em um padrão de “boneca” para ser considerada bonita. A beleza pode até ser algo subjetivo, mas a indústria Plus Size não parece concordar com essa afirmação, uma vez que perpetua todo tipo de imposição estética sobre suas modelos. As mulheres realmente gordas, aquelas que não têm o corpo meramente “cheinho”, acabam sendo ainda mais discriminadas, considerando que nem mesmo o próprio ramo Plus Size abrange suas necessidades.

Pensando nos tamanhos, formas e modelagens, a maioria massiva das roupas para gordas encontradas no mercado nem de longe consegue atender a vasta diversidade de corpos femininos. A começar pelas próprias gordas, que precisam procurar roupas particularmente grandes mesmo para o padrão “Plus Size”, já que as roupas comercializadas dificilmente vestem seus corpos. Além disso, nem toda gorda tem um corpo curvilíneo, com seios grandes, cintura fina e quadris largos. Os corpos gordos não são todos iguais e as donas desses corpos diversos também querem roupas bonitas, de qualidade e de preço acessível.

Ainda em tempo, há muito mais a ser criticado na indústria Plus Size. É preciso lembrar que a padronização e a segregação de pessoas jamais deve ser aceita, onde quer que esteja, até mesmo no ramo da moda. A indústria Plus Size não fornece uma solução verdadeira para quem é gorda, mas toda mulher tem o direito de se vestir com roupas de qualidade, confortáveis e adequadas para o seu tamanho; é lamentável que algo tão simples ainda necessite de tantos protestos para se tornar realidade.

Foto de capa: Spartacus Breches / Divulgação


Publicado aqui






Beijões Queen Size,

Claudia Rocha GorDivah

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Acessibilidade Gorda


O mundo é projetado para os magros: as roupas são pequenas, as cadeiras são frágeis e não há representação positiva de quem é gordo na televisão, nos livros ou nas revistas. A preocupação da sociedade parece se voltar muito mais para questões de estética e beleza, quase sempre mascarada sob a noção invasiva de aconselhamento quanto a saúde de quem é gordo. A preocupação com o bem estar – se existir de alguma forma – está enterrada debaixo de muita gordofobia, nojo e intolerância. Logo, não é nenhuma surpresa ou novidade o fato de que ser gordo, em nossa sociedade, é muito difícil.

Recentemente, a questão da gordofobia tem sido mais problematizada em meios de discussão sobre gênero, primordialmente porque mulheres gordas são muito mais hostilizadas e cobradas do que homens com as mesmas características. A principal causa dessa disparidade é a exigência e a pressão social para que as mulheres se enquadrem no padrão de beleza. E embora a beleza e a autoestima sejam questões profundamente importantes tanto para mulheres quanto para homens, há uma necessidade urgente de se discutir e promover ações sobre acessibilidade.

É fato que a acessibilidade ainda é um tema carente no Brasil de forma geral. Pessoas idosas e com deficiência ainda enfrentam dificuldades constantes no dia-a-dia, algo que acontece devido a um misto de desrespeito e omissão – não apenas do Estado, como também dos outros cidadãos. No entanto, é preciso lembrar que a questão também diz respeito às pessoas gordas. Embora esse grupo esteja em uma situação de vulnerabilidade física e o direito já exista na teoria, há pouquíssima compreensão no que diz respeito a acessibilidade.

Obviamente, as pessoas gordas não são todas iguais. Algumas possuem problemas cardíacos ou colesterol elevado enquanto outras são perfeitamente saudáveis; umas são sedentárias, outras praticam exercícios; certas pessoas são gordas por conta de uma dieta calórica, enquanto outras possuem disfunções hormonais. Há muitas que aguentam ficar em pé por incontáveis horas e possuem fôlego para praticar atividades intensas. O condicionamento físico de cada um é algo extremamente individual, independente de seu peso. Porém, algumas dificuldades são comuns a maioria das pessoas gordas, como a necessidade de assentos mais largos e resistentes. Para muitos, ficar de pé por períodos prolongados pode provocar dores intensas nas articulações ou até complicações de saúde. É por isso que as pessoas gordas também devem ter acesso a lugares e atendimento preferencial; qualquer impedimento é uma forma de privá-las de seus direitos fundamentais.

É lamentável que a maior parte da população não tenha conhecimento de que as pessoas obesas possuem direito a assentos e auxílio especial; esse é mais um motivo para que elas frequentemente sintam-se desconfortáveis ao solicitar assistência, pois temem ser constrangidas publicamente. Quase ninguém se sente livre para reivindicar seus direitos. Isso acontece porque a sociedade se incomoda com o espaço que as pessoas gordas ocupam e manifesta isso de diversas maneiras, seja lançando olhares de repulsa e reprovação ou chegando ao ponto de reclamar por qualquer benefício que alguém gordo possa conquistar. Em nossa cultura, o ideal seria que todos fossem magros. É por isso que tantas pessoas repetem afirmações como “se não gosta, emagreça” ou “é gordo porque quer, problema seu”. Muitos até acham que quem é gordo não deve ter acesso a saúde, que deveria ser priorizada somente a quem é magro!

Isso é mais do que uma questão de direitos humanos, é uma questão de coerência: ninguém sai por aí questionando para um cadeirante se ele perdeu o movimento das pernas porque alguém atirou em sua coluna vertebral ou se foi um acidente de carro causado por ele próprio enquanto estava bêbado. Essa não é uma questão relevante, pois independente da causa da deficiência, a pessoa lida com as próprias dificuldades e é impedida de viver em sociedade. É preciso que o mundo se adapte às condições das pessoas com deficiência e se torne cada vez mais acessível e confortável para elas. O mesmo raciocínio deveria entrar em voga para quem é gordo: a causa do seu peso é algo particular e a discriminação é algo que somente esse sujeito vivencia. Independente de se tratar ou não de uma condição definitiva, ter a mobilidade reduzida faz parte da realidade de muitas pessoas gordas.

Por vezes, a sociedade parece caminhar em um sentido oposto à inclusão. Eliminar as pessoas fora do padrão e hostilizá-las parece muito mais fácil  do que trabalhar para inclui-las. Dificilmente se consegue despertar qualquer empatia de quem é magro, pois o fato de que muitos gordos não conseguem ficar em pé por muito tempo e sentem dores insuportáveis costuma despertar um sentimento de ódio, como se o sofrimento das pessoas gordas fosse “bem merecido”. Os direitos de ir e vir, sentar, pagar contas ou vestir uma roupa confortável são as coisas mais simples e mais básicas, mas um mero “esquecimento” quanto a questão da acessibilidade já basta para impedir quem é gordo de usufruir desses direitos.

O movimento feminista, em especial, já tem uma certa disposição para falar de mulheres gordas, afirmando que seus corpos também são bons, belos e completamente funcionais. No entanto, também se mostra necessária a discussão sobre políticas públicas e a promoção da inclusão social no dia-a-dia, garantindo a quem precisa assentos e filas preferenciais. A sociedade ainda é muito fechada a ouvir pessoas gordas e aceitar com humanidade suas necessidades, mas esse trabalho é fundamental e necessário. A acessibilidade para pessoas gordas é uma tema urgente: sua ausência gera segregação e violência, mas sua implementação promove autoestima e aceitação.

Postado aqui


Leia a entrevista completa da Jéssica Balbino

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Beijões Queen Size,

Claudia Rocha GorDivah

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Cartazes Contra a Gordofobia


A artista feminista Rachele Cateyes está de saco cheio dos gordofóbicos. Em sua série "Glorifying Obesity" a gata de Oregon expressa o belo foda-se que sente em relação ao que pensam sobre a obesidade.
Refletindo sobre o assédio, as agressões e a vergonha que intimidam pessoas obesas, fazendo-as odiarem seu corpo, Rachele criou ilustrações que descem a letra no preconceito, misturando frases fortes a flores e corações delicados.


Rachele conta para Huffington Post que já foi transformada em memes, que já teve suas imagens roubadas e usadas em anúncios de empresas de dieta, photoshopadas, que já foi ameaçada de estupro e morte, além das constantes perseguições online.

A artista diz também que em muitas das mensagens que chegam a ela é comum pessoas se dizerem preocupadas com a saúde dela.

"Eu sou da opinião de que ser atraente e saudável não determina meu valor. Não importa se você é gordo, se tem problemas de saúde, se come lixo ou se tem uma doença crônica. Você ainda tem o direito de ser tratado de forma justa."

O nome da série, "Glorifying Obesity" (Glorificando a obesidade) é uma alfinetada àqueles que dizem que Rachele esta promovendo a obesidade com suas imagens.

"Se viver minha vida sendo positiva sobre meu corpo é glorificar a obesidade, que assim seja."

Ainda em entrevista para a Huffington Post Rachele conta que observa as mensagens de ódio e assedio associadas à misoginia. Os homens reduzem essas mulheres a baleias e peixes-boi.

"Eles querem dizer o que é bom ou não porque pensam que a opinião deles é a mais importante. Pensam que a única maneira de uma mulher existir é pela aprovação de um homem."

Meu corpo é problema meu.
Clube do queixo duplo.


Gorda pra caralho.


"Eu sou gorda, mas eu não sou... obrigada a me comportar de 'certa forma' pra ser tratada com respeito."


"Eu sou gorda, mas eu não vou... privar a mim mesma, esconder o meu corpo ou me desculpar."


"Sou bem mais gorda na vida real."


"Coxas estrondosas"

"Não existe 'forma errada' de ter um corpo."

"Mentirosa, rabuda, vaca, puta gorda, obesta, baleia da terra, gorda."

"Gorda e de boas com isso."

"Não sou um problema da sua saúde pra você se preocupar."


"Sem vergonha da minha barriga."

"Em tamanho gordo, por favor."


"Pessoas gordas não te devem satisfação."
Tome seu lugar. Coma o que você quiser. Seja de boas. Ostente seus pneus. Fodam-se os haters."

Publicado aqui





Beijões Queen Size,

Claudia Rocha GorDivah

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

7 Coisas Gordofóbicas Que Você Faz e Não Se Dá Conta

Recentemente tivemos o caso de gordofobia pública de uma atriz idosa que tem repulsa por gordas o que provocou diversos tipos de reações e foi realmente difícil ficar online sem ver algo sobre o assunto. E o que ela disse não é diferente do que pessoas gordas já ouviram em algum momento da vida. Mas, esse tipo de episódio de gordofobia nos mostra o quão é necessário educarmos as massas sobre  policiamento corporal.

Uma pessoa magra ou de porte corporal  médio não pode simplesmente virar pra uma pessoa obesa e falar que não existe censura sobre o corpo gordo, policiamento corporal quando existem vários exemplos disso em expressões do dia a dia, mídia e cultura. Gordos são diariamente oprimidos em consultórios médicos única e exclusivamente por conta de seu porte físico. A opressão aos gordos existe e é uma ameaça real e grave à saúde psicológica e bem estar de indivíduos gordos.

O fato é que censurar corpos gordos não vai fazer ninguém emagrecer, e cria um estigma que faz uma mal enorme aos gordos em vez de ajudar em alguma coisa, de acordo com um estudo publicado no jornal científico PLUS ONE. Minha esperança é que a maioria das pessoas esteja tentando se tornar um aliado dos gordos que sofrem policiamento corporal e não intencionalmente tentando machucar indivíduos gordos. Contudo, nós podemos acidentalmente sofrer policiamento corporal, por isso  há a necessidade de repensar a linguagem e ideias que censuram o corpo gordo, que tem sido continuamente plantadas a alimentadas em nossa mente ao longo dos anos desde que nos entendemos por gente.



  1. "Eu aceito perfeitamente que algumas pessoas sejam gordas por causa de alguma condição clínica ou algo assim!"



Antes de mais nada, preste atenção no que está dizendo, pode até parecer que não é algo tão terrível assim de se dizer. Você está dizendo que realmente entende que as razões porque um corpo é gordo, podem ser variadas. Parece certo? Nem tanto. Aceitar de modo seletivo algumas pessoas, baseado no porte de seus corpos é um puta preconceito. Aceitar  e respeitar a existência de gordos não deveria ser condicionado a tireoide deles. A aceitação de gordos deve acontecer sem exceções e ponto



     2. " Você não é gorda! Você é linda!"




Essa declaração é extremamente problemática porque reforça a ideia errada que não é possível ser gorda E bonita, que uma coisa invalida a outra. As pessoas podem ser gordas E bonitas e ponto final!


    3. "Por favor pare de chamar a si mesma de gorda. Não fale assim de si mesma"


É o seguinte: muitas pessoas usam o termo gorda como xingamento. Contudo, muitos gordos estão desconstruindo essa ideia e recuperando o termo como empoderador em vez de algo pejorativo. Você não  pegaria no pé de seu amigo de dois metros e meio de altura se ele se referisse a si mesmo como "alto", certo? Por favor deixe as pessoas livres para se referirem a si mesmas como quiserem e bem entenderem!



     4. " Ugh eu sou tão gorda!"




Tá, pera aê: Eu não acabei de dizer que as pessoas que tudo bem se as pessoas quiserem se referir a si mesmas como gordas se elas quiserem? Sim! SE elas forem de fato gordas. Quando pessoas de tamanho regular que nunca foram marginalizadas por serem gordas decidem adotar a palavra, isso descaracteriza e enfraquece um pouco o poder de uso do termo, por gordos de verdade.

Quando você estiver simplesmente cheio ou se sentindo mais consciente do espaço que seu corpo ocupa, então se expresse. Não transforme corpos gordos em piada ou use as conotações negativas do termo como forma de conseguir validação alheia, elogios para massagear seu ego. Todos nós temos batalhas com nossa imagem corporal ás vezes, mas adotar o termo só porque você acha bonitinho não ajuda ninguém.



     5. "Você tem um rosto tão bonito"



De novo, isso parece até um elogio, certo? Bom, gordos estão mais do que acostumados a serem elogiados pela aparência/beleza de seus rostos e nada mais. Tem sido usado como uma micro-agressão contra todas as pessoas de porte grande. levanta a mão quem já ouviu "Você ficaria tão linda se emagrecesse uns quilinhos. Você tem um rosto tão lindo!" Como assim, o que há de tão errado com o resto do meu corpo?!


     6. "Eu nem acredito que perdi 10 quilos!Me sinto ótima"



Mesmo que você apoie e seja positivo sobre o tamanho do corpo do seu amigo, mesmo que você não esteja falando pra ninguém entrar de dieta, mesmo que você esteja se sentindo positiva sobre sua mudança corporal e perda de peso, o papo sobre dieta é incrivelmente problemática para muitas pessoas gordas, pode ativar gatilhos emocionais horríveis. Nós aturamos durante anos pessoas falando sutilmente que poderíamos perder alguns quilinhos, o que torna difícil aturar qualquer papinho de dieta ás vezes.

Tudo bem se sentir feliz com mudanças em sua vida que te deixam feliz, mas ficar com o papinho de não sei quantos quilos off pode ser prejudicial a saúde mental das pessoas a sua volta. É claro que falar de forma positiva sobre sua mudança corporal e que está feliz com ela poderia até ser legal se o fato de ganhar peso e ficar feliz com isso fosse igualmente aceito socialmente como a perda de peso é. Mas me diz, com que frequência você vê fotos de antes e depois em que o "depois" é um corpo gordo?



     7. "Nossa você vai usar isso? Você é tão corajosa!"




É o seguinte: Nós sabemos que as pessoas, julgam, zombam, jogam piadinhas e xingam os outros por causa da sua aparência física, tipo de corpo, peso. O tempo todo! Se sua amiga ou alguém que você conhece decide sair usando saia curtinha ou vestido coladinho ou uma camisa com  nó na cintura é grande a chance de nós já termos avaliado a reação das pessoas ao nos verem quebrando as regras do mundo plus size e como isso irá nos afetar. Nós sabemos como as pessoas vão reagir e obviamente não nos importamos o suficiente com a opinião da sociedade ao ponto de deixar que isso nos impeça de vestir o que quisermos.


Usar roupa em público não deveria ser considerado um ato de bravura, quanto mais gatas gordas forem capazes de fazer o que quiserem sem que isso se torne um espetáculo, mais comum, normal vai ser a reação das pessoas ao verem gordas fazendo coisas comuns que qualquer pessoa faz.

Estar consciente do que e como você fala com as pessoas gordas que conhece faz com que você pare de policiar e censure menos as pessoas gordas,mas, isso não quer dizer que você não vá pisar na bola de vez em quando. Então se você falar algo gordofóbico, peça desculpas, siga em frente e evite fazer isso de novo no futuro. mas, não esqueça de se desculpar. Isso por si só, irá te separar dos 80% restantes no mundo que não o fazem.



Inspirado e traduzido livremente a partir daqui



Beijões Queen Size,

Claudia Rocha GorDivah

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Gordofobia Na Ginástica Laboral



Impressionante a ignorância de algumas pessoas em ambiente de trabalho com gordos, digo isso porque uma coisa é você ser gordofóbico na sua vida pessoal outra é você ridicularizar gordos em público. Hoje aconteceu algo que me deu tanta raiva e nojo da humanidade que precisei responder por outra pessoa e desabafar escrevendo. Infelizmente eu sou obrigada a conviver e trabalhar todo santo dia com gordofóbicos fúteis, superficiais, extremamente ignorantes, prepotentes e arrogantes.




Pois bem a situação foi a seguinte: durante a ginástica laboral que fazemos, que reúne em média  umas 20 pessoas em média, uma idosa que provavelmente é a pessoa mais rasa que eu conheci até hoje solta no meio de todo mundo a seguinte pergunta pro personal que nos dá aula "por que você dá aula e não emagrece?" E ainda falou mal da nutricionista dela que é gorda......não é a toa que eu simplesmente bloqueei certas pessoas com quem convivo, nas redes sociais....Povo meu sangue ferveu de tal modo que como já estava sem fone eu precisei responder, é simples, se ingerimos mais que gastamos engordamos, ou se ingerimos o mesmo que gastamos simplesmente mantemos o peso....e ela continuou, mas o cara veio e apertou minha mão e deu a explicação pra sem noção ignorante " Eu trabalho em 6 lugares  e pra mim é difícil manter uma rotina e comer de 3 em 3 horas, eu não trabalho como vocês sentados o dia inteiro num local só....." E o restante dos "magros" ficou rindo do que ela falou como se você aceitável e a coisa mais normal do mundo. Que preguiça dessa gente! Que preguiça!!

Como alguém consegue ser tão gordofóbico desse jeito? Constranger alguém assim em público desse jeito? Essas pessoas não pensam não....Aí enquanto ele explicava uma outra solta " ah você deixa cuidar da sua saúde pra cuidar da dos outros......" É muita repetição de discurso biomédico furado para eu aguentar numa manhã de segunda minha gente! Ser gordo é uma coisa, ser sedentário é outra, pelo amor né! Não é porque alguém é gordo que não é saudável, não é porque alguém é gordo que não pode estar em determinada profissão...Quando as pessoas vão deixar o preconceito de lado e simplesmente abraçar  a inteligência?! Quando?!







Beijões Queen Size,

Claudia Rocha GorDivah