sábado, 2 de setembro de 2017

Machucada

Eu vou te desapontar, te machucar, te incomodar me conectar e desconectar como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
Esconderei meus escombros e inundações com um sorriso de Coringa no rosto.
Vamos seguir livres e selvagens por um curto tempo na estrada, até que eu destrua tudo que você admirava e enxergava em mim.
A dor é a única coisa real que nós temos, tão forte, presente, quase tangível na ponta de meus doloridos dedos.
Embora eu não consiga sentir mais nada, a dor é a única realidade que me restou, como um eterno pesadelo que nunca me permite acordar.
Eu vou te decepcionar, magoar, irritar e um dia você irá embora por outra porta e eu continuarei no meu trono de esqueletos esquecidos no meu império de névoas. 
Foi nisto que me transformei, na dor que sinto tão profundamente no meu físico, mente, psicológico e coração. 
As dores incapacitantes me cuspiram numa ilha deserta onde vivo, digo, sobrevivo cada dia desejando que seja o último enfim, mas não adianta, o amanhã sempre chega pra meu desapontamento.
Todo mundo tem um limite e eu já atingi todos os meus limites, eu tô tão quebrada, destruída que não reconheço mais quem eram meus conhecidos ou doces amigos, eles poderiam ter tido tudo de mim, mas todos desvanecem no tempo.
A tentação de entrar no modo invisível, todo dia me ganha mais um pouco, a vontade de ir embora já é mais forte que tudo, vontade de largar tudo pra lá e seguir sem rumo até o fim dos caminhos que eu conseguir trilhar ou mergulhar na sepultura aberta que já me aguarda.
Nada mais faz sentido, nenhum pensamento, nada.
Eu só queria dormir e ficar por lá mesmo, sem voltar...preciso me deitar, o chão está sumindo e o mundo parece valsar comigo, desabo na cama, mas continuo em queda livre, tudo rodopia...







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Fúrias

Sou o ser mais livre, tô o pó de ruínas  por causa da Chikungunya, isso porque li que quando nos perdemos e somis feitos em ruínas, aí encontramos a libertação de nós mesmos, genuina liberdade.
Perdida em meio às dores, totalmente no meio do lugar nenhum onde vim parar, no meio de mares revoltos, águas turvas e profundas, à deriva, sem fôlego por muitas vezes me perdi afundar com as ondas que me arremessam cada vez mais pro fundo.
E  a cada vez o fundo me atrai mais que a visão distante e refratada do firmamento.
Fúrias e meu coração remendado, cansado.
Alma plúmbea que sentencia meu naufragar.







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Aquela Tarde Perfeita

No momento uma tarde perfeita pra mim é aquela em que não desejo estar morta na quarta-feira. 
Uma tarde onde escuto Tuesday's Gone e não sinto mais vontade de chorar, nem por você e nem por motivos físicos causados pelas seqüelas da Chikungunya.



Uma tarde simples e banal pra grande maioria das pessoas, mas que pra mim significa MUITO, vale mil sorrisos. Uma tarde de trabalho em que consigo de fato trabalhar, um pouco dolorida, ainda com dificuldade para executar alguns movimentos, mas, conseguindo trabalhar e sem pensar em morrer a cada olhada no relógio, coisa que quase não fiz hoje: olhar o relógio.

Ah se eu soubesse o quão pequena eu e tudo que sinto e penso  somos diante da vida, eu teria vivido os anos pós câncer de modo bem diferente. Eu achava que tinha aprendido o que era ser pequeno, que eu era pequena, mas me enganei. E hoje eu sei que sou menor ainda do que consigo em ver hoje, ainda há ego e vaidade aqui dentro, muitos erros e trevas escondidas.

O sofrimento destrói ou transforma, você escolhe como lidar com ele, mas a dor é inevitável, não se engane tentando fugir dela. Quanto mais você tentar fugir, mais próximo dela estará.

Ainda está doendo nos locais onde fui espetada e eletrocutada na eletroneuromiografia, mas, tá suportável. 

Saudades de vocês, se é que ainda sobrou alguém por aqui <3






Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah

domingo, 25 de junho de 2017

Mais de um ano com Chikungunya

E já se passou mais de um ano e todo dia eu tenho dor. Umas semanas com lesões novas em decorrência da debilidade do organismo, outras lidando com dores novas que surgem por causa de novas lesões.
Continuo com formigamento na mão direita, sem força e sem tato e sem coordenação.
Continuo sem conseguir segurar um prato, sem conseguir usar garfo e faca e fazer uma refeição à mesa, continuo com os músculos faciais inflamados e fracos, ñ consigo mastigar alguns alimentos sólidos ainda, as dores e limitações são muito diversas, mas assim como as dores continuam, minha esperança de vencer uma barreira por vez continua viva, meu bom humor e positividade estão bem alimentados e isso me ajuda a respirar fundo e dar um passo por vez.
Embora eu esteja lidando com as piores tendinites que já tive e por isso estou offline, só queria pedir à vc que reclama da vida para ser grato pelo que tem, vc é feliz e não enxerga isso.
Se vc pode por si msm responder 1 msg q seja pra alguém q tirou um pequeno momento do dia pra lembrar e enviar carinho pra vc, ñ despreze,  reconheça, retribua.
Eu, nessa nova recaída e novas dores e lesões mais uma vez consigo ter mais clareza sobre o quão pequena eu e minhas dores somos diante da magnitude da vida.
A vida é muito maior do que coisas mesquinhas, egoísmo, vaidade, likes, interpretações de msgs de txt frias numa tela, descomplique e se liberte de tudo que te aprisiona, saiba reconhecer e apreciar as pequenas coisas boas, aprenda a gerar e compartilhar alegria, empatia, humildade e compaixão.
Um bom julho e final de Junho para todos e #gratidão aos q me ajudam e mts vezes nem sabem disso.
#ClaudiaGorDivah  #GorDivah com mãos emprestadas, mas tá valendo
#pomadaContraDordaChikungunya
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#1anoe3mesesdedores







Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah
Snap: gordivah